Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e
das senzalas.
Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou a senzala do Preto Velho, a ocara do Bugre, a cerimônia do
Pajé, a encruzilhada do Exu, o jardim da Ibejada, o nirvana do Indu e o céu dos
Orixás.
Sou o café amargo e o cachimbo do Preto Velho, o charuto do
Caboclo e do Exu; o cigarro da Pombo-Gira e o doce da Criança.
Sou a gargalhada da Padilha, o requebro da Cigana, a seriedade
do Tranca-Rua.
Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga e de Cambinda; a
traquinada de Mariazinha e Doum e a sabedoria de Urubatão.
Sou o fluído que se desprende das mãos do médium levando a saúde
e a paz.
Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao
perfume suave do incenso.
Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores. Sou o mistério,
o segredo, sou o amor e a esperança.
Sou a cura. Sou de ti.
Sou de Deus. Quem eu sou?
EU SOU A UMBANDA...
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